QUAL A IMPORTÂNCIA E OS DESAFIOS QUE SE INTERPÕEM PARA A EFETIVA UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO?

Em artigo produzido por Ricardo de Sousa Moretti e Luciana Nicolau Ferrara com exclusividade para o ONDAS, é apresentado um conjunto de reflexões que busca contribuir para a manutenção do sentido público da política de saneamento básico, sendo a universalização um objetivo voltado à justiça socioambiental e urbana, à ampliação do acesso à água e ao saneamento como direitos, e que esses objetivos possam prevalecer sobre a mercantilização e privatização do setor.

Leia o artigo na íntegra no nosso site 👇👀

#saneamento #água #JustiçaSocioambiental #universalização #acesso#ONDAS

Se você escova os dentes todos os dias, lava as mãos quando chega da rua e até dá descarga depois de usar o banheiro, agradeça a profissionais da educação sanitária, que difundiu essa prática pelo Brasil. É difícil de acreditar, mas nem sempre foi assim. Já houve um tempo em que as pessoas jogavam suas fezes e urinas pela janela e havia pouca preocupação em deixar os ambientes limpos.

O médico sanitarista Oswaldo Cruz foi um dos responsáveis por difundir práticas higienistas pelo Brasil. Famoso pela Revolta da Vacina, movimento no Rio de Janeiro no século XX de protesto a vacinação, o médico foi um pioneiro no estudo de doenças tropicais e da medicina experimental brasileira.

Hoje, para comemorar o dia do educador(a) sanitário conversamos com a Izabel Chiodi, integrante do INCT que tem muito para dividir com a gente sobre esse tema. Confira:

 

1)   Em que consiste a área da educação sanitária?

A área de educação sanitária, historicamente, é uma área que foi perdendo e mudando o nome e o valor. Ela começou no meio do século passado, no idos de 1940/1950, por influência norte americana. Eles tinham lá um trabalho na comunidade. Isso veio para nós com um olhar de uma educação em que você, o profissional da área, sabe tudo e que o povo, não sabe nada. A figura da educação sanitária, então, parte de um princípio equivocado. Mas ao longo do tempo, ela foi se transformando em uma educação em saúde, uma educação para a saúde. Até que surgiu a questão ambiental. Percebeu-se, que a área sanitária abrangia não só a questão da saúde humana, das populações, dos indivíduos, mas também a questão ambiental, que extrapola os indivíduos.

 

2)   Qual é a importância da área no contexto atual Brasileiro?

No contexto brasileiro é totalmente importante. Porque nós ainda estamos vivendo coisas parecidas com os idos de 1850 na Inglaterra. Que é o quê? A metade da nossa população tem coleta de esgoto. Desse esgoto que eu coleto, eu trato 70%. Então em números, por exemplo, na questão do esgotamento sanitário, eu tenho 100 milhões de pessoas que não tem nem coleta de esgoto. De todo esgoto que a gente gera no Brasil, a gente trata 30%. Logo, é uma área ainda muito a descobrir no nosso país, e que expõe as desigualdades do Brasil.

Eu estou falando de esgoto, porque é o que a gente trabalha aqui no INCT [Etes Sustentáveis], basicamente, aqui o nosso foco é o esgoto. Mas ele está ligado a água que você recebe, e a água que você vai ofertar mais lá na frente. A velha história da onça que chega primeiro bebe água limpa. Então, eu, cidade grande, poluo o rio, que, por sua vez, mais a jusante dessa cidade grande vai alimentar outras cidades e, às vezes, até sem tratamento de água.

Temos ainda, a questão das águas pluviais, as águas de chuva. Elas inundam e nos mostram como nossas cidades são frágeis, a cada chuva forte, que de repente cai nas nossas grandes e belas cidades.

Sem falar das questões dos resíduos sólidos, que a gente chama de lixo. Pra nós ainda, tudo é lixo. Na verdade não é lixo. Muita coisa poderia e deveria ser reciclada, reaproveitada. Nós precisamos reduzir o nosso consumo.

 

3)   Qual é a relação do tratamento de esgoto com a área da saúde?

Bom, o esgoto traz com ele as chamadas doenças feco-orais. Doenças que saem através das fezes e passa através da boca, da mão, ou de alimentos contaminados, para quem estava sadio(a). Então, a principal relação é a transmissão de doenças.

Doenças essas que, em países mais desenvolvidos, já desapareceram até dos compêndios de medicina, só tem lá citando. Aqui no Brasil, e em muitos países ainda, continuam matando. Por exemplo: diarreia.

Uma diarreia para pessoas bem nutridas, com condições mínimas de higiene e saneamento, é só uma dor de barriga forte. Contudo, para a maioria do povo brasileiro que ainda é muito pobre e está muito longe das condições ideias de saneamento e de de higiene, uma diarreia pode matar. Aqui ainda temos milhões de casos de diarreia, e milhares de mortes de crianças de até 5 anos. Uma coisa que já deveríamos ter ultrapassado.

Outra doença que é ligada ao esgoto e que é ainda é muito reincidente no nosso país, é a esquistossomose, que a gente chama de xistose. Ela é uma doença silenciosa que você contrai nesse mesmo ciclo: fezes, pele, no caso da esquistossomose é a pele, ou as mucosas. Só que ela vai para o fígado, e por ser silenciosa quando ela aparece, às vezes, você não tem mais o que fazer.

Eu peguei as doenças mais básicas. Verme, que causa diarreias e a esquistossomose. Agora, você tem hoje outros problemas que estão aparecendo e que a gente ainda nem sabe como lidar com eles. Por exemplo: a questão do excesso de hormônio, de excesso de medicamento, que a gente não sabe qual o mal que isso vai trazer para nós.

Outro problema, que vale a pena colocar: quando você não coleta esgoto, você pode ter também esgoto industrial. Então você pode levar para a água, que depois as pessoas irão beber, metais pesados, como cromo, mercúrio, chumbo e que no nosso tratamento de água a gente não trata. Bebemos uma água que acreditamos estar ótima e acumulamos no nosso organismo esses metais pesados, podendo gerar doenças mais complexas, como o próprio câncer e doenças do sistema nervoso central.

Então tem uma liga total da água, da coleta de esgoto, da coleta de resíduos, das águas de chuva, que vão para drenagem nas áreas urbanas, que podem ser símbolo de saúde ou símbolo de doença.

 

4)   Você tem alguma consideração final sobre a problemática gerada pela ausência de saneamento?

Os nossos principais problemas dos nossos rios, não estão nos rios, estão fora dos rios. Nós temos três problemas centrais: lixo, esgoto e terra, porque a gente ocupa as terras de maneira desordenada, então levamos muita terra, areia, resto de construção, um monte de coisa, para os rios. E com isso, nós estamos destruindo os nossos rios e destruir os nossos rios é destruir a única coisa que nós precisamos de fato, que chama: água. Se eu não tiver água, a espécie humana não sobrevive.

 

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Nossa conversa não para por aqui. No domingo a Izabel Chiodi vai falar sobre o futuro da educação sanitária no IGTV e na nossa página do Facebook. Acompanhe nossas redes sociais e fique por dentro. VEJA NOSSO SITE 

etes-sustentaveis.org/

A META 2010 VAI VIRAR 2050??????????????????????????

Laudo revela que Lagoa da Pampulha está 100% contaminadaLaudo aponta que 100% das amostras colhidas na Lagoa da Pampulha este ano tinham níveis de coliformes acima do tolerado. Esgoto despejado na bacia provoca problema


Mateus Parreiras

Publicação: 14/12/2012 06:00 Atualização: 14/12/2012 07:03

Sujeira na lagoa: nunca um levantamento do Igam havia indicado que todas as amostras continham alto índice de coliformes ( Mateus Parreiras/EM/D.A Press %u2013 4/9/12)  
Sujeira na lagoa: nunca um levantamento do Igam havia indicado que todas as amostras continham alto índice de coliformes


Não há lugar no espelho d’água de 42 quilômetros quadrados da Lagoa da Pampulha que escape à poluição. A constatação visual dos frequentadores do cartão-postal da capital mineira foi confirmada pelo último laudo do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), referente a janeiro, fevereiro e março deste ano. Durante os levantamentos feitos a partir da coleta de amostras em 26 estações nos mananciais da bacia, o reservatório apresentou em todos os exemplares níveis de coliformes fecais (presentes no esgoto doméstico) acima do tolerado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). 

Nunca um levantamento do Igam havia mostrado contaminação tão sistemática a ponto de comprometer 100% das amostras. No ano passado, por exemplo, os coliformes estavam presentes em 92% das estações, sendo que em 2010 eram 87%. No que se refere ao índice de qualidade da água, também medido pelo Igam, o nível considerado “bom” virtualmente desapareceu: caiu de 4% em 2011 para zero em este ano. Somados, os níveis “ruim” e “muito ruim” também tiveram queda – de 75% para 65%. Nos estudos realizados desde 2007, a qualidade da água jamais mereceu a classificação “excelente”. Ontem, o governo do estado iniciou os preparativos para uma sonda que vai monitorar em tempo real a qualidade da água do lago.

Os córregos que mais poluem a lagoa são o Sarandi, que vem de Contagem, e seus afluentes Cabral e Petrobras, todos carregados de coliformes fecais, fósforo, manganês, zinco e outros poluentes. O Córrego da Ressaca também é poluidor. O resultado é alta concentração de tóxicos que fazem mal à fauna, à flora e à saúde dos frequentadores da orla. Embora os níveis críticos de tóxicos tenham apresentado queda de 50% para 39% das amostras, a concentração baixa também caiu, de 46% para 17%. Com isso, aumentou também a presença de tóxicos em quantidades médias, de 4% para 43%. Nove córregos concentram os níveis mais críticos dessas substâncias nocivas, sendo eles o Perobas, Cabral, Sarandi, Gandi, Ressaca, Avenida A, Avenida Nacional, Água Funda e Mergulhão.

O laudo do Igam aponta que os poluentes mais tóxicos encontrados na bacia da Pampulha são o nitrogênio amoniacal, fenóis, cianeto livre e zinco. O nitrogênio, que é um nutriente para as plantas, em grandes quantidades pode levar ao processo de superpovoamento de algas nos rios e lagos. As elevadas concentrações de nitrogênio amoniacal e fenóis verificadas na Bacia da Pampulha estão associadas aos lançamentos dos esgotos domésticos dos municípios de Belo Horizonte e Contagem, além dos efluentes industriais, particularmente de indústrias que apresentam elevada carga orgânica nos efluentes como alimentícia, têxteis e papel, bem como das interferências dos aterros sanitários presentes na região. Os resultados de cianeto livre e zinco total refletem os impactos dos lançamentos de efluentes industriais como de empresas têxteis, metalúrgicas e galvânicas presentes principalmente no município de Contagem.

Sem melhorias

Para José Fernandes, professor de liminologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o estudo do Igam mostra que não houve medidas efetivas desde 2007 que tenham contribuído para despoluir o lago. “Do ponto de vista científico, pouco se alterou ao longo dos anos. As modificações em termos de qualidade de água foram pequenas e só demonstram que nenhuma ação concreta resultou numa melhoria efetiva das águas”, disse. Diante dos resultados, o professor classifica a lagoa como “muito poluída”. “Os dados mostram uma água de péssima qualidade. A presença dos coliformes fecais em todas as amostras são sintomas do despejo de esgoto doméstico. É daí que vem o mau cheiro que domina a orla”, diz. 

Outro detalhe importante é a análise do Córrego da Pampulha, que tira água do reservatório e a leva para a bacia do Ribeirão da Onça. “A alta concentração de coliformes e de outros poluentes acima dos parâmetros da legislação mostra que a poluição que entra não fica contida na Pampulha, mas continua a migrar”, avalia José Fernandes. Outro problema pouco conhecido é a contaminação dos sedimentos, uma vez que o Igam só analisa a qualidade da água.

 

Áreas pobres do país ainda sofrem com doenças 'esquecidas'

JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

Tracoma, hanseníase, filariose, esquistossomose, leishmaniose, doença de Chagas e geohelmintíases. Aprendidas nas escolas, mas muitas vezes esquecidas, as doenças ainda fazem vítimas no país.

Análise: É preciso mais recursos para diagnósticos e tratamentos

Elas são classificadas pelo Ministério da Saúde como doenças negligenciadas ou, ainda, doenças transmissíveis relacionadas com a pobreza.

Muitas vezes, essas doenças têm pouca atenção do setor farmacêutico e de governos. A esquistossomose, por exemplo, é transmitida onde há água contaminada.
Em comum, matam pouco ou devagar, afetam mais pobres e se concentram em áreas rurais ou marginalizadas. No país, a maior parte está no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

"Você não precisa fazer advocacia de epidemia, dizer 'dengue é importante'. Já essas doenças, a sociedade não percebe mais", diz Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério.

Em 2010, por exemplo, 34,9 mil novos casos de hanseníase foram registrados. Doenças que provocam mobilização, como os casos graves de dengue e de Aids, tiveram 17,5 mil e 34,2 mil registros, respectivamente, no mesmo ano.

Os desafios são medicamentos mais modernos, políticas de governo mais afinadas e, ainda, uma maior mobilização dos médicos, aponta Eric Stobbaerts, diretor-executivo da DNDi (Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas) no país.

     

 

TESTE EM MASSA 

Barbosa diz que ajustes nas estratégias permitiram que o país esteja perto de eliminar a filariose na região de Recife e a oncocercose entre Yanomamis -últimos focos dos males.

É possível que se atinja neste ano a meta para 2015 de menos de um caso de hanseníase para cada 10 mil habitantes.

Em março, o ministério fará campanha em escolas de ao menos 800 municípios para achar casos de hanseníase. Filariose, tracoma e geohelmintíases também serão tratadas.

FOLHA DE SÃO PAULO, 07 JANEIRO 2013

 

Menos de 20% do esgoto são tratados na América Latina e no Caribe 



 

Agência Brasil Estado de Minas

Publicação: 21/08/2012 14:47 Atualização: 21/08/2012 16:13

 

 

Falta de saneamento e esgoto provoca problemas ligados a saúde

 


Menos de 20% do esgoto são tratados na América Latina e no Caribe. Nas cidades, 16% da população (74 milhões de pessoas) carecem de saneamento adequado. A constatação está no relatório Estado das Cidades da América Latina e Caribe, divulgado nesta terça-feira (21) pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat).

O estudo também traz notícia positiva que a região já alcançou o Objetivos do Milênio em relação ao abastecimento de água. Atualmente, 92% da população urbana têm acesso à água encanada.

Saiba mais...

 América Latina é a região mais urbanizada do mundo, diz ONU América Latina deve investir mais e melhor em sua juventude, segundo a Unesco China propõe fórum de cooperação política com América Latina Metade dos latino-americanos vivem em cidades com menos de 500 mil habitantes Participação de mulheres na política cresceu na América Latina e Caribe Violência é a principal preocupação dos latino-americanos


No entanto, o desperdício de água tratada é grande. Cerca de 40% da água desperdiçada ocorrem devido infraestrutura precária de abastecimento e uso inadequado. As tarifas cobradas pelo fornecimento não costumam cobrir os custos de operação e penalizam os mais pobres, segundo as Nações Unidas.

“Há muitos cidadãos mais pobres que pagam caro pelo serviço, às vezes, o dobro que os mais ricos por um serviço pior”, comentou o oficial principal de Assentamentos Humanos do ONU-Habitat, Erik Vittrup.

Constatou-se que cada habitante já produz o equivalente a 1 quilo de resíduos, e a quantidade não para de crescer. De acordo com a pesquisa, os serviços de reciclagem, reutilização e aproveitamento dos resíduos sólidos ainda são incipientes em todos os países da região.

“Ainda tem um grande número de cidades que estão contaminando rios e mares e deixando lixo a céu aberto”, lamentou Vittrup.

A pesquisa apontou falhas no acompanhamento sistemático e organizado desses serviços, como a falta de indicadores precisos, completos e comparáveis, prejudicando a adoção de estratégias. Em geral, os dados são fornecidos pelos próprios provedores dos serviços.

 

A RIO +20 NÃO TROUXE MUITA COISA DE NOVO. PODE SER. MAS 45.000 PESSOAS, REUNIDAS NO RIO DE JANEIRO, CERCA DE 200 PAÍSES REPRESENTADO NA CONFERÊNCIA, É FANTÁSTICO.

Há muito as decisões da ONU não tem sido cumpridas. Mas é importante tentar equacionar coletivamente os problemas que são gerados por uma parte com consequências para todos.

O Brasil deu um show de organização, segurança e democracia. Os brasileiros também. O resultado não aconteceria mesmo ali, fechado, nos gabinetes. A vida é diversa como na cúpula dos povos, há muitos sonhos, desejos, interesses. Não se resolve. Se constroi. Se aponta rumos. Se debruça sobre alternativas. E isto foi um sucesso.

BH sediou o ICLEI. Outro sucesso. Mais de 60 países representados. Quanto mais perto das cidades, vilas e aldeias, e do povo mesmo, mais fácil fica encontrar soluções.

A LUTA SEMPRE CONTINUA. Meu amigo Patrus Ananias falou algo que me marcou muito, como ele é muito culto não sei se a origem foi ele próprio ou não, o fato é que não me esqueci e quero dividir: Enquanto houver um ser humano com fome, nós estamos falhando no nosso projeto de humanidade. E isto nós colocamos na mes da RIO+20. E, segundo a FAO, há 700 milhões de seres humanos passando fome, por falta de dinheiro ou de condições de acessar o alimento. Há desperdício e sobras de alimentos nos outros lugares. Então gente, A LUTA CONTINUA MESMO.

Segue noticia sobre o lançamento do Relatório Final da Análise Global e Avaliação de Água Potável e Saneamento (GLAAS) realizado em Genebra/ Suíça em 12 de abril de 2012. A GLAAS é uma estratégia da ONU coordenada pela OMS para atender à necessidade de contar com informações anuais sobre água potável, saneamento e promoção da higiene, tanto na área urbana quanto rural e verificar o progresso do cumprimento dos ODM.

 

http://new.paho.org/bra/index.php?

option=com_contente&task=view&id=2809&Itemid=777 

 

 


 Mara Oliveira

 

UT Desenvolvimento Sustentável e Saúde Ambiental 

OPAS/OMS - Brasil

fone: 55 61 3251 9525

 

País tem mais de 100 rios em condições ruins ou péssimas, diz estudo

Agência Nacional de Águas divulgou relatório que indica os pontos com água de baixa qualidade nas bacias hidrográficas brasileiras

 

Foto: Divulgação

Imagem da região hidrográfica do Atlântico Sul

A Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou nesta terça-feira que 105 corpos d’água - que são rios, reservatórios, lagoas, canais - de 17 Estados possuem água em condições ruins ou péssimas. A constatação está no 'Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2011', estudo que traz a situação mais atualizada sobre a água no Brasil, com dados coletados no ano de 2009.

Segundo o estudo divulgado hoje, a proporção de água de ótima qualidade encontrada nos pontos de monitoramento caiu de 10% para 4%, em comparação com o relatório do ano passado. Em 2009 foi encontrada água de boa qualidade em 71% dos pontos, regular em 16%, ruim em 7% e péssima em 2%. O Índice de Qualidade das Águas (IQA) que traz esse resultado é a soma de nove parâmetros de qualidade que reflete principalmente a situação de contaminação dos rios pelo lançamento de esgotos domésticos.

Leia também:

O diagnóstico dos mais de 1.700 pontos analisados mostra várias bacias comprometidas devido ao grande lançamento de esgotos urbanos domésticos sem tratamento adequado, especialmente nas regiões metropolitanas (São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador) e cidades de médio porte (ex.: Campinas/SP, Juiz de Fora/MG). No entanto, em algumas bacias foi possível associar melhorias na qualidade das águas a investimentos realizados em tratamento de esgotos na última década, como por exemplo, nas seguintes bacias: do rio das Velhas, Paraíba do Sul, Grande e Tietê (Reservatório Billings – Braço do Taquacetuba).

Bacias

Além de destacar os pontos críticos, o relatório aponta as causas da qualidade inadequada da águas encontrada nas principais bacias hidrográficas do País. As regiões hidrográficas Amazônica, Tocantins-Araguaia e Paraguai são as que possuem os menores valores de comprometimento de extensão de rio. Essas áreas são caracterizadas por elevada disponibilidade hídrica, associada a uma baixa densidade populacional e a existência de grandes áreas protegidas e conservadas.

Já os rios localizados na região hidrográfica do Paraná apresentam problemas devido ao grande contingente populacional localizado nas regiões metropolitanas. Nessas regiões, ainda é encontrada uma grande demanda para os usos urbano e industrial e elevada carga de esgotos domésticos. Na região Nordeste, a ocorrência de rios com má qualidade de água aparece pela a baixa disponibilidade hídrica dos corpos d’água.

Veja abaixo o corpos d’água que apresentaram pontos de monitoramento classificados em situação ruim ou péssima:

Região hidrográfica do Paraná
- Bacia do Alto Tietê:
Rio Tietê, Rio Cabuçu, Rio Tamanduateí, Ribeirão dos Meninos, Reservatório Edgard de Souza, Rio Pinheiros, Rio Aricanduva, Reservatório de Pirapora, Reservatório de Rasgão, Ribeirão Pires, Rio Baquiruvu-Guaçu, Rio Juqueri, Ribeirão das Pedras.
- Bacia do Alto Iguaçu: Rio Barigui, Rio Iraí, Rio Padilha, Rio Palmital, Rio Iguaçu, Rio Água Verde, Rio Belém, Rio Parolim, Rio Fany, Córrego Monjolo.
- Bacia do Rio Grande: Rio Preto, Ribeirão São Domingos, Córrego Liso.
- Bacia do Rio Mogi-Guaçu: Rio Mogi-Mirim, Rio das Araras.
- Bacia do Rio Piracicaba: Rio Piracicaba, Ribeirão Tatu, Rio Capivari, Ribeirão Tijuco Preto, Ribeirão Lavapés, Rio Quilombo, Ribeirão dos Toledos, Ribeirão Três Barras.
- Bacia do Rio Jundiaí: Rio Jundiaí.
- Bacia do Rio Ivinhema: Córrego Água Boa.
- Bacia do Rio Paranapanema: Rio Santo Anastácio.

Região hidrográfica do São Francisco
- Bacia do Rio das Velhas: Ribeirão Arrudas, Ribeirão do Onça, Rio das Velhas, Córrego Bernardo Monteiro, Córrego Sarandi, Córrego Sandra Rocha, Córrego Perobas, Córrego da Av. Dois, Córrego Cabral, Córrego da Luzia, Córrego Gandi, Córrego Flor d’Água, Córrego Ressaca, Córrego da Av. Tancredo Neves, Córrego da Av. Nacional, Córrego dos Munizes, Córrego Bom Jesus, Córrego Água Funda, Córrego Caeté, Ribeirão Poderoso, Ribeirão das Neves, Córrego do Diogo.
- Bacia do Rio Pará: Ribeirão da Fartura, Córrego do Pinto, Ribeirão Paciência.
- Bacia do Rio Jequitinhonha: Rio Salinas.
- Bacia do Rio Paraopeba: Rio Betim, Ribeirão das Areias.
- Bacia do Rio Verde Grande: Rio dos Vieiras.

Região hidrográfica do Atlântico Leste
- Bacia do Recôncavo Norte:
Rio Ipitanga, Rio Pitinga, Rio Joanes, Rio Muriqueira, Rio Camaçari, Rio Jacarecanga.
- Bacia do Rio Cachoeira: Rio Colônia, Rio Cachoeira.
- Bacia do Rio de Contas: Rio do Peixe, Rio Jequiezinho.
- Bacia do Rio Itapicuru: Rio Itapicuru Mirim.
- Bacia do Rio Paraguaçu: Rio do Maia, Rio Jacuípe, Riacho Principal.
- Bacia do Rio Real: Rio Real.

Região hidrográfica do Atlântico Sudeste
- Bacia do Rio Paraíba do Sul:
Ribeirão Meia Pataca, Rio Xopotó.
- Bacia do Rio Reis Magos: Lagoa Jacuném.
- Bacia do Rio Jucu: Rio Aribiri, Rio Itanguá, Rio Marinho, Rio Formate.
- Bacias afluentes à Baía de Sepetiba: Rio Queimados, Rio Ipiranga, Vala do Sangue, Rio Guandu-Mirim, Rio Marinho, Rio Piraquê, Rio Cabuçu, Rio da Guarda, Canal do Itá.
- Bacias afluentes ao Complexo Lagunar de Jacarepaguá: Rio Guerenguê, Rio Pavuninha, Arroio Pavuna, Arroio Fundo.
- Paraguai Bacia do Rio Miranda: Córrego Bonito.

 

Disponível em iG São Paulo | 19/07/2011 11:00; www.ig.com.br Acesso em:19/07/11

 

  

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SEGUNDO A PRÓPRIA COPASA INFORMOU À PBH, EM 2011:

90% DOS ESGOTOS DE BELO HORIZONTE SÃO COLETADOS, SIGNIFICANDO QUE NO MÍNIMO 250.000 PESSOAS AINDA NÃO TÊM SEUS ESGOTOS COLETADOS NA CAPITAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS!

 

CERCA DE 60% DOS ESGOTOS COLETADOS SÃO INTERCEPTADOS, OU SEJA, 40% DOS ESGOTOS COLETADOS SÃO LANÇADOS DIRETAMENTE NOS CÓRREGOS E NOS MORROS/TALUDES PELA PRÓPRIA EMPRESA.

NO MÁXIMO 35% DOS ESGOTOS INTERCEPTADOS SÃO TRATADOS! OU SEJA, APESAR DE MUITA PROPAGANDA, AINDA HÁ MUITO ESGOTO NOSSO CORRENDO A CÉU ABERTO, INDO DIRETO PARA OS RIOS, POLUINDO O RIO DAS VELHAS E O SÃO FRANCISCO E O MAR.

É ISTO MESMO? Esta matéria foi divulgada pelo jornal O Tempo.

Vou postar em breve os números oficiais sobre a cobertura dos serviços de água, esgoto e resíduos sólidos para que o leitor deste blog veja se é pelo menos razoável que a companhia de saneamento do estado de Minas Gerais fique se vangloriando de ter lucro? Lucro para quem? Afinal todos, todos mesmo, os recursos dessa Companhia são públicos, seja através de cada um de nós usuários dos serviços, seja através de empréstimos do governo federal que não tem dinheiro próprio senão o nosso dinheiro que é repassado compulsoriamente por meio de taxas, impostos, contribuições e todo tipo de arrecadação que temos no país, estado e municipio.

 

Com os números em saneamento, deveria ser objeto de ação do Ministério público a companhia estadual de saneamento auferir, e distribuir, lucros e dividendos.

COPASA É PARA DAR LUCRO???????????????

Copasa deve chegar a 31 novas cidades
até 2013
Companhia atende a 615 municípios mineiros, 72% do território estadual
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) pretende expandir até 2013 os serviços de água e esgoto para as 31 cidades mineiras com mais de 15 mil habitantes nas quais ainda não detém concessões, como Caetés e Sete Lagoas. "Nossa pretensão também é ampliar a cobertura de esgoto para os 125 municípios onde já há ligação de água, dos quais 31 já estão com as leis municipais autorizadas", anunciou o presidente da Copasa, Ricardo Simões.

Neste ano, a Copasa deve investir R$ 750 milhões. No ano passado, os investimentos foram de R$ 838 milhões. Dos 853 municípios mineiros, a Copasa está presente em 615, o que representa 72% do território estadual. Segundo Simões, a empresa está atenta a novas oportunidades no cenário nacional, mas não existe nenhuma perspectiva em curso. "O plano de expansão é apenas em Minas", garante.

Balanço. No ano passado, o lucro líquido da Copasa cresceu 28,95% e chegou a de R$ 677 milhões, ante R$ 525 milhões em 2009. A receita bruta foi de R$ 2,6 milhões, e receita líquida de R$ 2,3 milhões.

Em 2010, a Copasa forneceu serviços de água a 13,2 milhões de pessoas, crescimento de 3,1% comparado a 2010. As redes de água aumentaram 4,6% e chegaram a 43,5 mil quilômetros. Já a população atendida pela rede de esgoto foi de 7,8 milhões, acréscimo de 3,2% comparado a 2009. As redes cresceram 11,3% e agora somam 17 mil quilômetros.